Na última terça-feira, 8 de abril de 2025, o mundo assistiu a mais um episódio da crescente guerra comercial entre Estados Unidos e China, com o Presidente Donald Trump impondo tarifas de 104% sobre produtos chineses em resposta às ações retaliatórias de Pequim. Menos de 24 horas depois, a disputa atingiu um novo patamar: Trump anunciou um aumento para 125% nas tarifas contra a China, enquanto autorizou uma pausa de 90 dias e uma redução para 10% nas tarifas recíprocas aplicadas a outros países. O movimento, divulgado em sua plataforma Truth Social, reflete a intensidade do embate econômico e sinaliza uma estratégia dupla de pressão e negociação no cenário global.
Based on the lack of respect that China has shown to the World’s Markets, I am hereby raising the Tariff charged to China by the United States of America to 125%, effective immediately. At some point, hopefully in the near future, China will realize that the days of ripping off…
— Donald J. Trump Posts From His Truth Social (@TrumpDailyPosts) April 9, 2025
A escalada começou quando, conforme relatado em nossa matéria anterior, Trump reagiu às tarifas chinesas de 34% sobre bens americanos com um salto para 104%, acusando a China de desrespeitar os mercados mundiais. Pequim, por sua vez, não recuou e elevou suas tarifas retaliatórias para 84% nesta quarta-feira, 9 de abril, inflamando ainda mais o conflito.
Em seu pronunciamento mais recente, Trump justificou o aumento para 125% afirmando que “os dias em que a China explorava os EUA e outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”. Ao mesmo tempo, ele destacou a disposição de mais de 75 nações em negociar com representantes americanos, o que o levou a oferecer uma trégua temporária a esses parceiros comerciais, reduzindo as tarifas recíprocas para 10% por 90 dias.

Enquanto isso, os mercados reagiram com volatilidade: o S&P 500 subiu 6% após o anúncio da pausa, mas analistas alertam para os impactos de longo prazo, como o risco de inflação nos EUA e recessão global, com o banco JP Morgan estimando 60% de chance de uma crise econômica até o fim de 2025. O desfecho dessa guerra comercial permanece incerto, mas as consequências já se fazem sentir. Para os EUA, o aumento das tarifas pode fortalecer a produção interna, mas também encarecer bens de consumo, afetando o bolso dos americanos.
Para a China, a resposta combativa sinaliza resiliência, mas pode acelerar a busca por novos mercados. A pausa de 90 dias oferecida a outros países abre uma janela de negociações que pode redefinir alianças comerciais globais. Resta saber se Trump conseguirá dobrar a China ou se o confronto levará a um impasse econômico de proporções históricas. O mundo observa, entre a expectativa e a apreensão, os próximos lances desse jogo de poder.