A instabilidade econômica global ganhou mais um capítulo nesta semana. Larry Fink, CEO da BlackRock — a maior gestora de ativos do mundo — afirmou que os mercados podem registrar uma queda adicional de até 20%. Apesar do tom cauteloso, Fink considera que este cenário pode representar uma excelente oportunidade para quem busca investir com visão de longo prazo.

Em discurso no Clube Econômico de Nova York, o executivo compartilhou a percepção de que os Estados Unidos já enfrentam uma recessão, ponto de vista que, segundo ele, é amplamente compartilhado por outros líderes corporativos. O comentário surge em meio à nova rodada de tarifas comerciais impostas pelo governo americano, o que acendeu alertas sobre uma possível escalada nas tensões globais.
Na última sexta-feira, os EUA aplicaram uma tarifa de 10% sobre todas as importações — decisão que desencadeou reações imediatas da China e da União Europeia. Com os mercados já fragilizados por incertezas econômicas, o anúncio provocou uma queda abrupta nos principais índices de Wall Street. O S&P 500 e o Nasdaq Composite, dois termômetros importantes da saúde do mercado de ações, recuaram 10% em apenas cinco dias.
Esse clima de aversão ao risco não se limitou às bolsas. O universo das criptomoedas também sentiu o impacto: o valor total do mercado digital caiu cerca de 7% na última semana. Entre os principais ativos, o Bitcoin recuou 4% e o Ethereum acumulou uma perda de 13%. Outras moedas digitais populares, como Solana e XRP, também enfrentaram quedas expressivas.
Grandes bancos reagiram ao cenário revisando suas projeções. O Goldman Sachs elevou a estimativa de risco de recessão nos Estados Unidos para 45%, enquanto o JPMorgan foi ainda mais pessimista, atribuindo 60% de chance de desaceleração econômica severa.
Mesmo diante desse contexto, Larry Fink ofereceu uma leitura menos alarmista. Para ele, o atual momento, embora desafiador, não representa um colapso sistêmico, mas sim uma correção que pode abrir espaço para boas oportunidades de compra.
“O ambiente está mais para uma janela de entrada do que para uma corrida de saída”, sugeriu.
Ainda assim, o executivo não descarta que o mercado possa recuar ainda mais. Segundo ele, uma queda adicional de até 20% não está fora do radar, especialmente se a política tarifária americana continuar provocando retaliações e desconfiança nos mercados globais.
O cenário, portanto, é de cautela — mas também de estratégia. Para investidores preparados e com apetite de risco moderado, a atual fase de volatilidade pode ser o ponto de entrada ideal em ativos com forte potencial de valorização no médio e longo prazo. No tabuleiro econômico global, o jogo está longe de acabar — e as próximas jogadas podem definir quem sairá ganhando no fim da crise.