Imagine investir em um futuro onde robôs andam, falam e interagem como humanos — não em filmes de ficção científica, mas na realidade. Essa é a proposta da Roundhill Investments, gestora norte-americana conhecida por seus fundos temáticos inovadores, que agora busca lançar um ETF voltado inteiramente ao promissor mercado de robótica humanoide.

A Roundhill protocolou recentemente um pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para a criação do Humanoid Robotics ETF. A proposta do fundo é clara: reunir empresas líderes no desenvolvimento de robôs com forma e comportamento humanoides. A estratégia pretende capturar o potencial de crescimento de um setor que, segundo a consultoria S&S Insider, movimentou US$ 2,21 bilhões em 2023 e pode ultrapassar a marca de US$ 76 bilhões até 2032.
Os chamados robôs humanoides são projetados para imitar a estrutura e os movimentos humanos, com braços, pernas, tronco e cabeça. Exemplos notáveis incluem o Optimus, da Tesla, e os modelos da Boston Dynamics, como o Atlas — ambos capazes de realizar tarefas complexas e interagir com ambientes humanos.
De acordo com o prospecto, o fundo pretende aplicar pelo menos 80% de seus ativos líquidos em ações de empresas envolvidas com essa tecnologia, incluindo fabricantes de robôs prontos para uso comercial, companhias em transição para produção em escala e fornecedores de componentes cruciais, como sensores e sistemas de inteligência artificial.
A Roundhill, fundada em 2018, já se destacou com ETFs voltados para temas como Bitcoin, metaverso, inteligência artificial generativa e videogames. A inclusão de um fundo especializado em robótica humanoide reforça sua estratégia de explorar nichos tecnológicos emergentes e potencialmente disruptivos. A empresa, no entanto, não informou em qual bolsa o novo ETF será negociado nem respondeu a pedidos de comentário sobre o lançamento.
Apesar de já existirem ETFs voltados à robótica e à IA — como o BOTZ, da Global X, e o ROBO, da ROBO Global — nenhum até o momento concentra seus investimentos exclusivamente no segmento de robôs humanoides. A Roundhill aposta justamente nessa lacuna para atrair investidores interessados em tendências futuristas com alto potencial de transformação.
Contudo, o prospecto destaca riscos significativos: a comercialização em estágio inicial, obstáculos técnicos, regulamentações ainda em construção e incertezas sobre a aceitação dos robôs pelo mercado. Também são citadas ameaças como a concorrência acelerada, especialmente da China, e a possibilidade de rápida obsolescência dos produtos.
“Desenvolver robôs humanoides totalmente funcionais exige tecnologias altamente sofisticadas, que podem enfrentar entraves técnicos e regulatórios, além de resistência do consumidor”, alerta o documento.
O lançamento do Humanoid Robotics ETF surge em um momento em que o interesse por robôs de uso geral ganha força, impulsionado por grandes nomes da tecnologia como Tesla, Nvidia, OpenMind e Figure AI. Caso aprovado, o fundo pode se tornar uma porta de entrada para investidores que acreditam que o futuro da interação homem-máquina está mais próximo do que nunca. Com um mercado em ascensão e desafios complexos no horizonte, o sucesso do ETF dependerá não apenas da inovação tecnológica, mas também da capacidade dessas empresas de transformar robôs humanoides em protagonistas da nova era digital.